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Menos blablabla e mais ecologia.

Envenenamento por Metanol do copo à floresta

  • Foto do escritor: Gaia
    Gaia
  • 3 de out.
  • 4 min de leitura

Segundo o Ministério da Saúde, até a primeira semana de outubro de 2025 houveram 11 casos confirmados e 48 em investigação por causarem envenenamento por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, São Paulo é o foco com 39 casos. Um erro na destilação pode ter contaminado bebidas com metanol, tal composto é o primeiro a evaporar no processo de produção de destilados, tendo que ser descartado para evitar contaminação.


O metanol e o etanol possuem fórmulas químicas semelhantes, a primeira condensação é rica em metanol e deve ser descartada. Em uma bebida é muito difícil de perceber as nuances de um drink contaminado. O risco disso acontecer em produções clandestinas é muito maior, por isso é importante escolher fornecedores confiáveis.


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Nos últimos anos, diversos casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas falsificadas ganharam manchetes no Brasil e no mundo. Em 2019, no estado de São Paulo, pelo menos 18 pessoas morreram após consumir cervejas contaminadas com a substância. No México, em 2020, mais de 150 pessoas perderam a vida em episódios semelhantes. Em todos os casos, o enredo se repete: produtores clandestinos usam o metanol, um álcool altamente tóxico, no lugar do etanol, por ser mais barato.


O resultado é trágico. Pequenas doses podem causar cegueira, falência de órgãos e até morte. Mas a grande pergunta é: por que isso acontece? A resposta é simples e incômoda: falta de fiscalização. Quando a legislação é frágil e os mecanismos de controle inexistem, criminosos aproveitam a brecha para colocar lucro acima da vida.

Agora, troque o copo de bebida por um pedaço de floresta. A intoxicação individual dá lugar à intoxicação coletiva.


O PL da Devastação: Intoxicando o meio ambiente


No Congresso Nacional tramita um projeto apelidado de PL da Devastação. Ele pretende afrouxar a fiscalização ambiental no Brasil, reduzindo o poder de órgãos de controle e tornando mais fácil desmatar, poluir e degradar ecossistemas inteiros.


O Projeto de Lei 2.159/2021 foi aprovado no Senado por 54 votos contra 13 em (21/5), flexibilizando a fiscalização ambiental nacional. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima divulgou uma nota no mesmo dia, condenando tais medidas por representar “um risco à segurança ambiental e social no país”. As medidas podem prejudicar a prevenção e causar a devastação em áreas de importância ambiental.


Os principais pontos do PL da Devastação é a Licença por Adesão e Compromisso (LAC), a qual permite o licenciamento automático de empreendimentos, sem levantar seus impactos ambientais. O enfraquecimento de organizações ambientais e conselhos estaduais, o aceleramento da Licença Ambiental Especial (LAE) para empreendimentos e o fim da proteção dos territórios indígenas e quilombolas. O presidente Lula vetou 63 dispositivos dos 400 no PL da Devastação em 08/08 depois de grande mobilização e pressão pública. Ainda assim, grande parte permanece.


A lógica é a mesma dos casos de metanol: quando não há fiscalização, abre-se espaço para práticas ilegais e perigosas. A diferença é a escala. Se a bebida adulterada mata indivíduos, o desmonte da legislação ambiental coloca em risco milhões de pessoas de forma muito mais furtiva, afetando a agricultura, o abastecimento de água, a qualidade do ar e a estabilidade climática de Gaia. O governo dá um exemplo de total falta de governança com tais projetos.



Importância da Fiscalização Corporativa


  • Metanol sem fiscalização: intoxicação, mortes silenciosas, famílias devastadas.

  • Natureza sem fiscalização: enchentes, secas prolongadas, perda de biodiversidade, crises econômicas e sociais em uma escala irreversível.

  • Empresas sem fiscalização: processos custosos, colaboradores desengajados e stakeholders receosos.


Nos três casos, a conta chega, e sempre é paga pela população, dificilmente por quem lucra. Por isso é importante toda empresa ter uma fiscalização interna de suas atividades, seja um Compliance quanto um departamento de sustentabilidade, que possam trabalhar e fortalecer a estratégia ESG.


A Certificação Empresa Consciente ESG da Gaia vem como uma espécie de fiscalização e apoio para empresas que não sabem por onde começar a aplicar, com uma metodologia que segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Isso garante visibilidade, eleva a qualidade de processos que podem trazem economia quando otimizados por meio da nossa matriz ESG. Ele vem como uma solução que viabiliza a conformidade de instituições perante o mercado e os investidores.



Fiscalizar é proteger vidas


Assim como exigimos que o rótulo da bebida garanta segurança, precisamos exigir que o selo verde e a certificação ambiental sejam levados a sério. Fiscalização não é entrave, é proteção coletiva. É a garantia de que podemos beber sem medo e respirar sem veneno.


O PL da Devastação tenta vender a ideia de que menos regras significam mais progresso. Mas a história mostra o contrário: sem fiscalização, quem paga o preço é a sociedade. E, nesse caso, não há hospital que cure a perda de uma floresta ou a morte de um rio. Dentro do ambiente corporativo o envenenamento pode causar prejuízo, colaboradores desanimados, clientes que não se identificam e investidores inseguros. 


Não existe celebração possível em um mundo intoxicado, seja pelo metanol que envenena o corpo, seja pela devastação que envenena a vida. O brinde que realmente vale a pena é aquele feito com responsabilidade, em um planeta saudável, onde o cuidado com Gaia é visto como prioridade, e não como obstáculo.


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